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Foto do escritorPatricia Ioco

Por que assistir 'CARNE' filme de estréia de Camila Kater?

Atualizado: 26 de fev. de 2021

A inadequação parece ser a primeira herança imposta às mulheres. Camila Kater, estreou no cinema com o curta de animação “Carne”, expondo o quanto nascer mulher se assemelha a entrar no corredor para o abate.



Crua, mal passada, ao ponto, passada e bem passada. Uma analogia que traz depoimentos íntimos sobre o encontro de cinco mulheres com um vilão, que está dentro e está fora.


Instaurada no inconsciente coletivo, as deformações de visão e percepção impostos pela sociedade vão além da violência física, instalam-se no campo psíquico e invariavelmente se fazem presente em todas as fases da vida de uma mulher.


O curta de estreia de Camila Kater está habilitado a representar o Brasil na cerimônia do Oscar 2021. O que deveria encher brasileiros e brasileiras de orgulho, por ter o país mais uma vez sendo representado pela arte, e por uma jovem mulher que faz parte de uma geração que tem abalado as corroídas estruturas do patriarcado.


Não ser produto, não estar disponível ao consumo, libertar-se de um cárcere chamado corpo. É preciso consciência e coragem para derrubar as grades da expectativa do outro e de si mesmo.


Cada história foi animada por uma artista. Cassandra Reis é animadora stop-motion, roteirista e diretora e foi responsável por animar o depoimento de Valquiria Rosa, mulher lésbica negra enfrentando as transformações corporais na menopausa, em que seu médico queria retirar o útero porque não teria filhos. Flavia Godoy que é animadora 2D e ilustradora trabalhou na animação da cantora Raquel Virgínia sobre a hiper-sexualização de seu corpo e os diversos atos de violência que enfrenta por ser uma mulher trans negra. Giovana Affonso é animadora, ilustradora e educadora. Foi responsável por animar o depoimento de Larissa Rahal com a técnica de animação em aquarela para explorar a relação entre a fluidez da puberdade e a primeira menstruação. Camila Kater é diretora, roteirista e animadora que além de dirigir o curta-metragem animou o primeiro relato, através das técnicas de stop motion e pintura a óleo frame a frame sobre o prato, Kater construiu a cena da primeira personagem Raquel Patrício que aborda a gordofobia na infância. Parabéns e boa sorte à Camila Karter. Que o “Carne” continue nessa potente trajetória.



Saiba mais em: https://www.instagram.com/carne_docanimation/



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